
Vicente Risco, foi um dos intelectuais galegos mais importantes do século XX, considerado o “Mestre da consciência galega” e definidor intelectual do nacionalismo galego. Seu pensamento foi marcado pela profunda influência do Oriente e crítica ao racionalismo ocidental. O pensamento oriental, caracterizado por Risco pela valorização da tradição, do simbolismo religioso e do sentimento, seria tomado como ponto de partida para revalorizar as tradições culturais galegas e refletir as relações entre Galícia e Ocidente.
Rocío Carolo Tosar; Tradução: Tiago Barreira
Vicente Martínez-Risco e Agüero (1884-1963), mais conhecido como Vicente Risco, foi um dos intelectuais galegos mais importantes do século XX. Risco foi um desses pensadores que cumpriu um papel fundamental na cultura galega:
Além da sua obra de escritor – ele é um dos grandes criadores da prosa literária galega – e da sua obra de pesquisador – ele é verdadeiro criador de nossa etnografia, temos a sua função de ´guia´, de orientador intelectual, de principal definidor[1].
Já Ramón Piñeiro assinalou esta faceta de guia intelectual em que trabalhou, junto com o grupo Nós[2], por Galícia. Neste sentido, seguindo a Piñeiro, podemos distinguir três etapas[3]:
- Etapa de formação e de procura de si mesmo (1884-1918): trata-se de uma etapa onde irá se formar como advogado na Universidade de Santiago de Compostela. É, também, nesta época em que irão aparecer seus primeiros trabalhos, sejam pequenas obras como As Trevas do Ocidente (Las tinieblas de Occidente), como as primeiras colaborações em revistas. Nessa etapa predomina o teosofismo, exotismo, orientalismo etc. Nos diz Piñeiro que essa etapa estaria dominada pela “juvenil vaidade ególatra” de Risco.
- Etapa de maturidade e de encontro de si mesmo (1918-1936): trata-se da etapa de maior esplendor e caracterizada por Galícia, há uma identificação com sua terra e nasce nele o desejo de tornar visível a essência do povo galego. Portanto, vamos nos encontrar com o Risco galeguista, que entrega sua obra intelectual a visualizar sua terra e seu povo. Risco, desta forma, se converteria, como diz Piñeiro, no “Mestre da consciência galega”. Risco passa a ser o primeiro teórico do nacionalismo galego.
- Etapa da “íntima evasão defensiva” (1936-1963): Esta etapa estará marcada pela Guerra, que o levará à procura de uma “salvação” individual. O medo da morte irá se traduzir em um incessante caminho por buscar a salvação. Seu espírito estaria, portanto, dominado por esse medo radical, por esse temor íntimo que o levaria à busca da salvação, da “eternidade”.
Deve-se considerar que estamos diante de um autor de grande produção intelectual, de cujas obras sobre Galícia são todo um referencial para o galeguismo. Então por que este interesse pelo Oriente? Onde nasce essa necessidade de revalorizar, desde o Ocidente, a cultura oriental?
Resulta surpreendente que um autor galego, e, portanto, pertencente à cultura ocidental, esteja profundamente interessado pelo Oriente, o qual encontramos não só em obras como As trevas do Ocidente (1918)[4], A História do Oriente contada de modo simples (La historia de Oriente contada com sencillez – 1955), como também encontramos resquícios de Oriente em Leria (1961). Obras, sobretudo as dois primeiras, que em muitas ocasiões passam desapercebidas, mas que, contudo, supõem uma grande incógnita: a origem desse interesse pelo Oriente, e determinar quais podiam ser as pretensões de Risco em recuperar essa cultura.
O interesse pelo Oriente, portanto, é inegável, e o que aqui se pretenderá é expor as razões que poderiam explicar o porquê dessa presença. Em termos concretos, ressaltaremos três: o pensamento religioso, a importância da tradição e a presença do sentimento na alma galega.
O PENSAMENTO RELIGIOSO
Vicente Risco era um pensador profundamente religioso, assim como eram todos os membros da geração Nós. E esta religiosidade se faz também patente em seu interesse por Oriente, pois estabelece uma conexão entre o Oriente e Jesus Cristo:
Os autores cristãos da Idade Média estimam o Oriente como fonte e origem de todo o bem. Segundo Rábano Mauro, o Oriente representa Jesus Cristo, verdadeiro sol que no Oriente se levanta, e que foi Ele mesmo chamado “Oriente” pelo profeta Zacarias: “Eis aqui que vem o homem, Oriente é o seu nome”; por sua vez no Ocidente está todo o mal, o Ocidente significa o inferno, nele reina o diabo, pois o diabo disse, segundo Isaías: “Porei meu trono no Aquilão[5]”.
Neste fragmento vemos como Risco equipara o Oriente com o bem, com Jesus Cristo, enquanto o Ocidente viria a representar todos os males da terra. Isso que nos pode resultar peculiar, e inclusive controvertido, ganha sentido se nos movemos ao plano simbólico.
Devemos recordar, que o cristianismo se relaciona em geral, já desde muito remotamente, simbolicamente com Cristo como “Luz do mundo” ou “Sol de Justiça” (Malaquias 4:2, Lucas 1:78 e João 8:12)[6]. Oriente vem do latim oriens, que significa nascer, sair, levantar-se, daí que a referência ao Oriente seja pertinente: “Se levanta o sol pelo Oriente, e caminha até o Ocidente, e no século passado foi dito muito em Europa que ´a civilização segue o curso do sol[7]´”. Inclusive dentro da filosofia, podemos encontrar casos em que o Bem está relacionado com a luz, como é o caso de Platão, em que o mundo inteligível e a ideia de Bem estaria representada pelo Sol e pela luz.
Além disso, e ainda relacionado a isso, Risco em “História do Oriente Contada de Modo Simples” dá conta da proximidade do Oriente com Ocidente graças aos poemas da criação, ou do paraíso que viria a coincidir essencialmente com o nosso Gênesis, e outros tantos poemas que teriam uma correspondência em nosso livro Sagrado:
POEMA DO PARAÍSO[8]
O primeiro homem se chamava Adapa e era de Eridu. Ea reinou sobre ele em Dilmún, onde não havia enfermidade nem velhice. (…)
Ea tem em Dilmún um jardineiro. Disse a ele de quais árvores pode comer o fruto, exceto da árvore da Cássia: “à árvore da Cássia ele se aproximou/ pegou o fruto e o comeu/ seu destino ficou decidido” …
Ea o amaldiçoou. O mal entrou na terra.
Por outro lado, e já deixando de um lado o caráter simbólico do religioso, nos encontramos com outra dualidade de conceitos que viria a representar a dualidade Oriente – Ocidente: Romantismo – Classicismo.
A ideologia cristã atacava as bases da tradição clássica. Era uma subversão de todos os valores. À noção matemática da ordem que fazia ver o mundo estaticamente como um mecanismo perfeito, o cristianismo opunha as três grandes ideias orientais mais ou menos explícitas em livros como A Cidade de Deus de Santo Agostinho: a ideia indiana da evolução, a ideia persa da luta entre o bem e o mal, e a ideia judaica da expiação. Era a concepção romântica do mundo.[9]
Neste dualismo, podemos encontrar uma clara influência de Nietzsche no autor galego, pois podemos equipará-lo à distinção que faz este último entre o apolíneo e o dionisíaco[10]. De modo que o apolíneo ou o classicismo viria a significar o império da razão, do cânon, enquanto o dionisíaco ou o romântico viria a ser o espírito da impulsividade vital, daquilo que não estaria regido pela razão.
Risco torna evidente que o Ocidente adota essa atitude racional antivitalista, ao ponto de estar sob domínio do império da razão. Mas então onde ficava a fé? Por isso me parece muito acertado o apontamento que faz Jesús de Juana a este respeito:
“Similar à abordagem de “Do Sentimento Trágico da Vida” de Unamuno, Risco foi-se dando conta que a realidade cotidiana era insegura, instável e inconstante, que as convicções baseadas na razão não proporcionavam o tranquilo consolo da paz interior e que a necessidade de verdade só encontrava refúgio na fé”[11].
Ou seja, o Oriente recupera o romantismo, não está dominado pelo império da razão. Risco nos adverte do perigo de cair nessa racionalidade, porque ela pode implicar na perda de nossa fé. Por isso que afirma: “no Oriente não há ciência, há sabedoria: instituições religiosas e apologias morais; por sua vez Europa significa ciência, claridade, espírito de definição”.[12]
Portanto, o interesse pelo Oriente tem em Risco um caráter religioso, pois as aproximações simbólicas, sua etimologia e sua filosofia viriam a servir de exemplo para reivindicar uma atitude cristã dentro do Ocidente.
A IMPORTÂNCIA DA TRADIÇÃO
Quando pensamos em Oriente nos vem à nossa mente séculos de tradição milenar, de sabedoria. E é isso mesmo que ocorrerá a Vicente Risco.
Risco irá ressaltar, em sua obra “A História do Oriente contada de modo simples”, duas características essenciais na cultura oriental: a estabilidade e a tradição. O Oriente se mostra como uma cultura em perfeito equilíbrio, em harmonia, total contrário do que ocorre no Ocidente caracterizado pela incessante mudança, o perpétuo movimento. Essa aparente estabilidade não implica que o Oriente seja uma cultura imóvel, muito pelo contrário. Se trata de uma realidade dinâmica, mas esta se deve ao importante papel que tem a tradição nela, o segundo dos traços definidores do Oriente.
As sociedades asiáticas e a tradição. Tradição e cultura são ali a mesma coisa. A tradição abarca as doutrinas, as instituições, os conhecimentos de toda classe e costumes. Todos os aspectos da civilização apresentam nos países orientais uma coerência entre si, tal como não existiu na Europa mais do que na Idade Média[13].
Esta visão de Risco pode ser entendida desde a perspectiva de Bergson como sucessão. Ou seja, não há cortes na linha do tempo senão um continuum, uma vez que o passado é o que determina nosso futuro: somos o que somos por termos sido. O passado se torna de certo modo presente, por isso também a afirmação de Castelao “tradição é o que nunca passa, a tradição é eternidade”.[14]
Essa visão de conceber a tradição, de ver o futuro, leva a Risco a falar de Karma. Este termo oriental provém do sânscrito (Kar – órgão de ação – e Man – pensador) e viria a fazer referência a essa visão do tempo como duração, como nossos feitos passados irão determinar o nosso tornar-se futuro.
Isso é o que chamam o Karma: soma dos feitos dos nossos ancestrais e também de nossos próprios feitos, que levamos, queiramos ou não, como um pesado fardo em cima do lombo: o passado a gravitar nas nossas costas. (…) Assim como recolhemos os dos nossos avós, os nossos filhos e netos terão de recolher o nosso. (…) Veja aqui como o futuro vem do passado. Em realidade, o valor todo que damos ao passado não pode ser mais do que isso: o futuro está essencialmente no passado, como pré-formação e como Karma.”[15]
Portanto, toda a importância que Risco dá à Tradição, recordemos representada pelo Oriente, pode levar-nos a entender precisamente toda sua obra da segunda etapa. Ou seja, podemos interpretá-la como um claro exemplo de reivindicação da própria terra, da importância de recuperar nossa tradição. O povo galego o é graças à sua tradição, à sua língua.
Como consequência disso, também, podemos supor que a insistência pela concepção da natureza dentro do Romantismo, e tão presente dentro da cultura oriental e tão ausente dentro do Ocidente, se deve a essa reivindicação da terra. Ou seja, o povo galego sempre se sentiu muito vinculado à sua paisagem, à sua natureza etc. o vínculo “coa terra” forma parte do ser galego. Por isso a importância do Oriente, como uma cultura que não nega o seu naturalismo, mas que segue presente dentro de seus costumes:
O Oeste parece ter orgulho em pensar que está subjugando a natureza, como se estivéssemos vivendo em um mundo hostil, onde tivéssemos que arrancar o que necessitamos deste relutante e estranho arranjo de coisas. Este sentimento é produto dos muros da cidade, hábito e educação da mente. Porque na vida da cidade, o homem natural dirige a luz concentrada de sua visão mental sobre sua própria vida e obras, e isso cria uma artificial dissociação entre ele e a natureza universal no seio do qual vive.” A genial intuição do indiano descobriu assim a diferença original entre as civilizações orientais e a civilização euro americana[16].
PRESENÇA DO SENTIMENTO NA ALMA GALEGA
O Oriente, como temos dito, representaria o Romantismo, que se mostra contrário ao império da razão. Portanto, o Ocidente representaria o racionalismo antivitalista. Isto implica, portanto, que nossa cultura estaria dominada pela razão, e que tudo o que não caiba dentro desta categoria ficaria de fora.
Mas coloquemos a vista em nós, o povo galego. Toda a nossa cultura e tradição cai dentro da razão? Não. Se algo caracteriza a Galícia, se algo define sua atitude espiritual é o sentimento. Piñeiro nos diz: “A filosofia tem de fundar-se no conhecimento do ser do homem; esse conhecimento atinge-se originalmente por uma vivência sentimental”.[17]
Vicente Risco considera que o Romantismo é uma escola ou tendência literária e filosófica, uma maneira de distinguir a vida, e sobretudo uma disposição do espírito[18]. E precisamente, esta disposição do espírito pode relacionar-se com o caráter sentimental galego:
Porque, ademais, dizem “especial disposição do espírito”, como podem dizer, com ainda mais verdade, “temperamento”. Acima dos temperamentos dos indivíduos, há o temperamento das raças e dos povos, temperamento que a terra cria e que a herança transmite. A raça galega – isto não digo eu, dizem-no todos, é uma raça de temperamento romântico[19].
Tendo em conta isso, podemos considerar que Risco faz essa defesa do Oriente porque vê em sua cultura que nem tudo pode ser reduzido à razão, senão que o gérmen da filosofia galega está presente no sentimento, por isso se sente vinculado a uma tradição em que nem tudo está reduzido à pura razão: “Tenho para mim que o gérmen da sua filosofia [galega] está intimamente vinculado ao espírito do romantismo. Frente à fria razão dos ilustrados ou dos idealistas, nele encontramos a reivindicação do sentimento e mesmo a paixão.”[20]
E toda essa importância do sentimento, também irá servir de base para o galeguismo. Este irá tomar forma graças a esse sentimento pela terra, a esse sentir-se parte do povo, a esse sentir-se “Nós”.
CONCLUSÃO
Resulta surpreendente como na Galícia de princípios do século XX encontramos um pensador que se interessa pelo Oriente, e que além disso faz um estudo de sua história. Vicente Risco se mostrou próximo ao Oriente porque via refletido nele muitos dos aspectos relevantes de seu pensamento e de suas crenças. É, precisamente isto, o que aqui se queria mostrar, como o interesse e a justificação pelo oriental viria a responder a suas próprias necessidades: a influência da religiosidade dentro de sua própria obra, a necessidade de reivindicar a terra, a Galícia, a nossa tradição, que é o que nos define e determina o que somos, e a importância do sentimento mais além da razão.
Artigo publicado originalmente no livro Caminos del Pensamiento Japonés (Sociedad Interuniversitária de Filosofia/Sociedad Gallega de Estudios Nipones – 2019)
BIBLIOGRAFIA
Agís Villaverde, M., Cronica viva do pensamento galego, IGESCO, Vigo, 2001.
Agís Villaverde, M., Baliñas Fernández, C. e Ríos Vicente, J. (coords.), Galicia y Japón: del sol naciente al sol poniente, Universidade da Coruña Servizo de Publicacións, A Coruña, 2008.
De Juana López, J., Aproximación al Pensamiento e Ideología de Vicente Risco (1884-1963), Deputación de Ourense, Ourense, 2013.
Lugrís, R., Vicente Risco na cultura galega, Editorial Galaxia, Vigo, 1963 (Prólogo de Ramón Piñeiro),
Pérez Prieto, V., “O pensamento relixioso na xeración <<Nós>>: Galeguismo e Cristianismo”, em VV.AA., O pensamento luso-galaico-brasileiro: actas di I Congresso Internacional, Imprensa Nacional-Casa de Moeda, Porto, 2009, vol. II, pp. 73-90.
Piñeiro, R. “Significado metafísico da saudade”, em Filosofía da saudade, Galaxia, Vigo, 2009.
Risco, V., Leria, Galaxia, Vigo, 1970.
_______: La historia de Orienta contada con sencillez, em Obras completas, vol. VI, Galaxia, Vigo, 1994.
_______: Las tinieblas de Occidente. Ensayo de una valoración de la civilización europea, en Obras completas, vol. VI, Galaxia, Vigo, 1994.
[1] Lugrís,R., Vicente Risco na cultura galega, Editorial Galaxia, Vigo, 1963 (Prólogo de Ramón Piñeiro),p.10.
[2] O grupo Nós, também conhecido como Geração Nós, foi um conjunto de escritores galegos do início do século XX que buscou reviver a cultura galega após séculos de marginalização pelo centralismo castelhano. Encabeçados por Vicente Risco, Ramón Otero Pedrayo, Alfonso Castelao e outros, destacaram-se por sua formação intelectual, fortalecendo a literatura galega e transcendendo o seu provincianismo rural em direção a uma perspectiva mais universal. Em 1920, lançaram a revista Nós, influenciada por correntes literárias como o simbolismo francês e em correntes do final do século XIX. (Nota do Tradutor).
[3] Ibid., p.12.
[4] “As trevas do Ocidente” foi escrita em 1918 e iria ser publicada ao final desse mesmo ano, mas Vicente Risco recusou a sua publicação, ao considerar que sua obra ficou defasada depois da publicação de “A Decadência do Ocidente” de Spengler. Finalmente será publicada em 1990, depois de ser encontrada esta obra, junto com outros papéis em uma despensa em Barcelona, propriedade de uma família amiga de Risco.
[5] Risco, V., La historia de Oriente contada con sencillez, em “Obras completas”, Galaxia, Vigo, 1994, vol. VI, pp. 109-110.
[6] Este fato está refletido na orientação das igrejas, pois a abside está está orientada a Leste de forma que os primeiros raios de luz da manhã viriam a iluminar o altar maior.
[7] Risco,V., La historia de Oriente contada con sencillez, p.107.
[8] Ibid.,p. 124.
[9] Risco,V. Las Tinieblas de Occidente. Ensayo de una valoración de la civilización europea, en “Obras complestas”, Galaxia, Vigo, 1994, vol. VI, p. 33.
[10] Cfr. González Fernández, A., “Orientalismo y civilización en el pensamiento de Vicente Risco”, en Agís Villaverde, M., Baliñas Fernández, C. y Ríos Vicente, J. (coord..), Galicia y Japón: del sol naciente al sol poniente, Universidade de Coruña, Servizo de Publicacións, A Coruña, 2008, pp. 116-128.
[11] De Juana López, J. Aproximación al Pensamiento e Ideología de Vicente Risco (1884-1963), Deputación de Ourense, Ourense, 2013, p.26.
[12] Citado em González Fernández, A., “Orientalismo y civilización en el pensamiento de Vicente Risco”, p. 128.
[13] Risco, V., La historia de Oriente contada con sencillez, pp. 112-113.
[14] Cidado em: González Fernández, A., “Orientalismo y civilización en el pensamiento de Vicente Risco”, p. 121.
[15] Risco, V., Leria, Galaxia, Vigo, 1970, pp. 39-40.
[16] Risco, V. Las Tinieblas de Occidente, Ensayo de una valoración de la civilización europea, en “Obras completas”, Galaxia, Vigo, 1994, vol. VI, p. 18.
[17] Piñeiro, R. “Significado metafísico da saudade”, em Filosofía da saudade, Editorial Galaxia, Vigo, 2009, (1ª edição Biblioteca Ramón Piñeiro), p. 32.
[18] Cfr. Risco, V. Leria, p. 144.
[19] Ibid., 145. (Tradução do autor).
[20] Agís Villaverde, M., Crónica viva do pensamento galego, IGESCO, Galicia, 2001, p. 189. (Tradução do autor).