Leandro Santtos
Uma definição provisória para certos estados emocionais está na máxima que diz que observamos certas coisas da realidade sem a escolha de, em relação a eles, fechar os olhos. Esta dimensão pode ser chamada de coração, e ele mora onde em nós está uma espécie de núcleo da alma, um lugar onde Santo Agostinho justificava alguns dos seus vícios dizendo que era como se ele, ao pecar, “pedisse, mas sem pedir”, exatamente porque nesse olhar ele reconhecia não querer a maldade que o restante de sua alma tanto desejava — tudo nele pedia o desejo menos o que nele desejava de verdade.
No coração, os olhos reagem ao jogo de luz e sombra de alguns estratos e objetos da realidade. Aparentemente, fomos nós que colocamos lá alguns destes objetos, como que decidindo no que devemos nos debruçar sobre aquilo a qual chamamos de atenção. Outras vezes, é inegável, muitas sombras aparecem lá e sugerem-se como anonimatos de realidade, sem nos dizer, num primeiro momento, quem ou quê recebe a responsabilidade de suas existências no nosso miocárdio.
O jogo de luz e sombra destes objetos e estratos é assim o correlato à reação da pupila, que ora se abre, ora se fecha, e na alma isto também recebe o nome de vulnerabilidade. Abre-se camadas mais internas na alma tanto mais a luz, no fato da atenção, já esteja acomodada aos nomes que nossa voz interna pode dar; o que ainda não tem nome paira na visão periférica da alma habitando no seu quarto, sem, todavia, invadir o seu foco. Somente aquilo que é nomeável encontra a pupila da razão e é, dessarte, internalizado em mundos ainda mais ancestrais.
Estou dizendo que a pupila é, ao acertar seu tamanho à exigência de luz que a realidade lhe demanda, um portal para mundos que lhe dão a visão. E a voz que nomeia, neste momento, é aquilo que São Paulo chamaria de “as tábuas do coração[1]” ou a “capacidade de pensar que não vem de nós mesmos”. Fato é que, a não ser na total ignorância em relação a si mesmo, os olhos da alma não costumam se fechar quando observam seus próprios membros. A pupila da alma é quem determina a quantidade de fatos que ela mesma está preparada para internalizar. Por isso, há momentos onde não há escolha de não ver o que ocorre em meios às batidas do coração — não há opção, nem mesmo como defesa que a alma pode destrinçar. A estes momentos alguns teóricos chamam de “estados emocionais”.
Os espinhos da alma
Na Vida, o que escolhemos define, mesmo que não saibamos das consequências, aquilo que no nosso mundo interno será criado. Se o Gênesis diz que da Terra “nascerá cardos e abrolhos [e ainda assim] o homem deve se alimentar das plantas que nascem do pó”[2], isto quer dizer, no meio de uma miríade de verdades, primeiro que nossas produções são evidentemente o chão no qual nascerá nosso futuro — o pó da Terra é o próprio homem. Neste pó, as escolhas do indivíduo farão destes terrenos existenciais o propiciar para as plantas de alimento, de cura ou de lamentação.
José do Egito, diz o Gênesis[3], depois de toda sua odisseia, recebeu de Jacó através de seus irmãos que anos atrás lhe tinham traído, mirra, mel, pistache e amêndoas — plantas de cura — e porquê? Porque embora a existência lhe tenha dado um desnaturado amor familiar, a maneira pela qual ele cultivou aquele fato fez de suas terras internas merecedoras de cura, de conforto e de nutrição.
A sentença da realidade é clara: No pecado é preciso aprender a ser sutil, posto que no mesmo campo que nascem os alimentos de sobrevivência, nascem os espinhos da vida, geralmente frutos do nosso fracasso. Joio e trigo não dizem respeito apenas a tipos de pessoa no meio de nossas relações, dizem respeito também ao que habita na ambiguidade do coração.
É na esteira de uma matriz de intelecções assim que São Paulo admitiu para Deus sua máxima vulnerabilidade quando implorou pelo milagre de que se fosse arrancado da sua alma um espinho que lhe acompanhava desde a conversão[4]. Os espinhos da alma são aquilo que o olho da alma não tem escolha de não ver; e mais do que isso, são aquilo que sequer a alma pode contrair sua pupila caso, em seu calor, o espinho seja incandescente.
Por este motivo, a miopia existencial vem da nossa total inabilidade de lidar com o passado que pode aprisionar mesmo após o perdão metafísico, posto que naquilo que a alma é feita de carne ela, ao mesmo tempo, é uma coleção de cicatrizes dos espinhos que semeou para si mesma. E a miopia existencial é sempre um excesso do visível, nunca excesso ou falta de visão, é vendo-se demais ao ponto de só enxergar uma só coisa que se fica cego[5].
Quando me observo, em certos dias, e percebo que há um intruso no meu olhar, confesso que a tentação de fazer dele “a trave que ignoro”, citando agora o Mestre, é enorme. Mas, tal estado emocional, para aquele que observa com paciência, nunca é infértil em seus motivos, nunca é obscuro em sugerir suas próprias causas.
Ora, não é preciso saber quais são as condições necessárias para uma planta maligna nascer na alma, se ela se enrama como trepadeira e suga a energia de um caule saudável que estava por ali, os detalhes do fato não importam tanto quanto o fato em si mesmo — ali está uma trepadeira venenosa destilando seu perigo.
Somente os psicólogos é que precisam saber dos detalhes ou dos fenômenos latentes ao fato da alma ser palco de seus próprios traumas; o homem comum, se tem paciência ao observar-se já fazendo disso parte de sua penitência redentória, consegue intuir o tanto e o tipo de mal para sua alma, naquele dia, sufocar-se.
Este homem, então, que encara o próprio olhar com coragem, espera pacientemente que o intruso acomode-se em seu cotidiano e que termine de rasgar a carne dos seus pensamentos até que, por sua vez, a pele pare de reagir como dor aguda e acalme-se numa fina dor crônica. Pensar, em dias assim, é meio dolorido; o passado pervade até que dite, com algum requinte que lhe é próprio, o teor daquilo que será vivido naquele dia — você não tem a escolha de não ver o fruto dos seus próprios desvios.
Entretanto, os espinhos da alma não se comportam como as neuroses de obsessão, isto quer dizer que eles nunca tomam o centro da atenção no sentido de serem protagonistas de qualquer coisa, daquela narrativa, pois o dia continua: Se no trabalho, então protagoniza o trabalho; se no passatempo, então protagoniza o passatempo. Latente, e sempre latente, fica o intruso que vez ou outra sai para distrair o indivíduo, porém que, em si, não quer protagonizar nada.
O que ele faz é exatamente a manutenção de uma sensação de base que tende a se combinar com as sensações mais evidentes ou com as imagens mais óbvias daquele dia — espinhos na alma só são foco de atenção quando, por causa deles, a atenção começa a espalhar suas próprias carnes em busca da origem daquele incômodo, e que, caso encontre, como é comum encontrá-lo, só poderá fantasiar com a extirpação de sua própria carne e nunca com a extirpação daquele incômodo tamanha é a forma com que ele, de pertinho, se manifesta.
“Parece impossível que eu não seja assim, não tenho escolha”, essa fina intuição, tão fina como a dor crônica e espinhosa, é suficiente para que o indivíduo assinta sem dizer que ele é daquele jeito. Eu não abro mão, desta forma, de dizer que o espinho da carne habita o olhar: É que você vê na condição de ver qualquer coisa enquanto saboreia o gosto de qualquer coisa junto do amargor de sua carne sufocada; é, como eu disse antes, um objeto que paira na visão periférica apenas o suficiente para que se mostre ali, ou ainda é como ter que conviver com o sabor de todas as comidas estando misturado com o sabor de sangue como se, de tempos em tempos, se palitasse um nervo da boca e ele, constantemente, sangrasse.
Se me observo, eu vejo que já não penso como estou acostumado, suspeito que, além da minha vontade, algo em mim também me direciona para onde olho. E se me debruço sobre mim mesmo encontro o lugar onde não consigo negar que fechar os olhos é tão impotente quanto arregalá-los na ansiedade que, às vezes, sinto. Minha alma se enxerga nesta camada tanto quanto assente que os fatos são simplesmente verdadeiros.
Então, quando quero fechar os olhos, se consigo, fecho apenas os olhos sensíveis — ou ainda, incapaz de fechá-los, tampo-os com uma pupila feita de mim mesmo. E o máximo que faço, quando realmente fecho os olhos de carne, é abrir ainda mais meus verdadeiros olhos, pois, quando me privo do macrocosmos sensível, fico solitário em meus próprios terrenos, e se o mundo já não me faz companhia, então é o passado que passeia do meu lado, são as coisas que não consigo negar na biografia que sentam-se à beira de mim, e para sempre acompanhado, eu sinto, mais uma vez, como dor aguda aquilo que, um instante antes, só rasgava minha pele.
A tagarelice existencial
O espinho da carne, todavia, não protagoniza nada, ainda que a pupila da minha alma esteja mais dilatada do que nunca, há sempre personagens bem conhecidos das vielas onde minha memória e minha imaginação confundem-se como que em imagens de um mesmo espelho.
Como não posso escolher ver, eu posso escolher travar um diálogo ali comigo mesmo ou ficar em silêncio. O diálogo, é verdade, me dá a possibilidade de sacar as verdades que estão para além da minha pupila, pois falar é potencialmente uma atualização verbal dos silêncios que estão por detrás dos meus olhos ou dos silêncios que “estão escondidos na menina dos olhos” como diziam os antigos profetas.
Contudo, esta possibilidade é também potência de mais estragos, porque falar sozinho, ainda que internamente, é uma escolha na medida, e apenas na medida, de que o indivíduo escolha dar voz a algo, mas nada é exatamente garantido, pois aquilo que ali pode ganhar voz não será necessariamente o que vem de dentro da pupila.
Como já dito, falar é apenas escolher dar voz a algo que habita na alma, então falar pode ser dar a voz ao próprio incômodo daquele dia. A pupila da alma é superior em inteligência à sua própria voz, porque ela basta-se em silêncio e o que na alma enxerga é sempre algo que nasce de mundos ancestrais; o fato de muitas vezes o olhar parecer-se como uma situação de camadas superficiais é somente uma impressão dada pela voz da ignorância.
A ignorância falante não nota que o olhar é a extensão de uma profundidade que alcança a superfície do homem, e não nota que enxergar conscientemente é como perambular neste túnel escavado pela inteligência desde o ponto mais recôndito do espírito até a superfície recostada nos primeiros macrocosmos da existência sensível.
O mundo, posso dizer, é, em várias de suas camadas, pouquíssima luminosidade: Assim, o mesmo olhar que perambula do túnel do espírito até os olhos carnais é o olhar que continua se projetando e penetrando, camada à camada, os níveis da realidade extramental até encontrar-se com outro foco de luz.
E falar é dar voz. E dar voz é, ora efeito da inteligência que nomeia o que vê, ora simples rendição e repetição dos ruídos que estão no real. É fácil pensar que falar é sempre legítimo, é fácil pensar que basta ao coração a sinceridade, mas essa suspeita é nossa maior ingenuidade. Porque sem, pelo menos, a impressão de que há coisas em nós que são mais aparentadas ou menos aparentadas com nossa essência, nenhum indivíduo pode perceber que falar não é exatamente fazer de sua verdade feita de silêncio algo que possui forma audível ou fazer de suas obscuridades algo que possui forma sensível.
No macrocosmos social, por exemplo, o mundo só funciona se todos enxergarem e concordarem, nem que implicitamente, que enxergam os mesmos fatos básicos — se há quem finja e depois acredite no seu fingimento, os neuróticos, continua sendo impossível cobrar menos preconceito, mais compreensão, menos dogmatismo, mais apoio, etc., se não há uma comunidade de fatos como realidades de visão.
É evidente que posso perguntar, na minha vulnerabilidade, por que não tenho a escolha de não ver os monstros da minha alma. E eu posso, com hábitos específicos, aprender a me ignorar, porém é impossível chamar a alma de cega. Porque ver ultrapassa entendimento e racionalidade. Quando no ápice de uma angústia cultivada no passado — e isto já não se chama de espinho na carne, mas de, ainda na psicologia paulina, “prisão” ou “clamores de um velho homem” — parece impossível viver um novo dia, e é desesperador ter que continuar como que se distanciando visivelmente do fato passado; na sua camada macrocósmica e sensível a coisa está indo embora e somente por isso, em algum microcosmo feito de imaginação, aquelas sombras se fazem cada vez mais fortes e intensas.
Perguntamos, constantemente, este tipo de porquê. Por que não posso só esquecer meu passado se ele vai embora a cada dia? Ou ainda, por que preciso aceitar meu presente? Por que não posso lutar para continuar sentindo meus sentidos naquilo que tanto dependo? Na verdade, essas perguntas são o próprio viver. Contudo, só perguntamos tais questões quando algo em nós já quer admitir que vivemos uma inevitável derrota. A pergunta que, por sua vez, questiona o desejo de ser cega, é uma voz feita somente de carne. A carne não entende derrotas, não sente fatos fracassados como perdas, apenas reage em brados com o apego sensível aos seus objetos preferidos, e reza para que eles voltem a ser protagonistas da visão.
Frequentemente a imaginação e a memória, que também não possuem uma inteligência própria para conhecer o sentido da derrota, são convencidas nos debates internos, e passam a argumentar, em suas próprias naturezas, consonâncias com as vozes feitas de carne; por serem faculdades menos carnais e mais psíquicas, nasce no coração a impressão de que, caso haja desejo, que o desejo não é carnal, entretanto, ele o é. Este é o motivo para que mesmo aqueles que vivem cortando os impulsos de sua carne encontrem-se prostrados, diante de certos fatos, numa completa sujeição ao passado que lhes habita — suas dores, porém, para serem dores, são completamente feitas de carne.
Lembro que para outros fenômenos, Cristo prefere dizer que há almas que são realmente cegas. O que estou dizendo não é necessariamente diferente do que aquilo que Ele ensina nesses momentos. Pois, entendo, que Ele ao valorizar os “pobres de espírito” — os humildes que admitem que, na vida, saber ver as coisas é difícil —, tão somente, denuncia os fariseus da existência. O que chamo aqui de impossibilidade da alma de fechar os olhos é, apenas, uma figura de linguagem diferente que enfatiza mais o fato radical de que a realidade não oferece fugas ontológicas: não é possível fugir de como as coisas realmente são. Já o Nosso Mestre, em suas parábolas, prefere ser prático e ensinar que é passível na linguagem chamar de cegueira aquilo que chamo de tagarelice existencial.
Eu não preciso admitir, por exemplo, que estou tagarelando agora? Talvez, inclusive, de um jeito difícil para que outro, ao ler este texto, ouça o que estou ouvindo internamente ou para que veja o que estou tentando manter na minha atenção. E estou tagarelando porque estava antes me observando e suspeitei de sua utilidade, por isso registrei. Eu mesmo preciso lidar com minha coleção de passados e preciso ser criativo para não ser eu passado na forma que lido com o que me atravessa e me espinha desde outros tempos.
Os espinhos e a culpa
Na maior parte, minha segunda-feira foi idêntica a várias segundas-feiras que já tive: recepcionei as novidades do mesmo jeito de sempre, atendi àqueles que estão na minha agenda de segunda e fiz os restantes das coisas segundas que costumo fazer no dia de hoje — não houve nenhum intruso nesse sentido protagonista. Porém, acordou comigo um intruso que me implorou, durante o dia, por algumas vozes e tal qual um espinho que já bem conheço, ele permaneceu espreitando minha durante tudo o que fiz hoje.
Silenciosamente, mesmo durante os afazeres, o observei. Tive a chance de suspeitar o que do meu dia pode ou não aliviá-lo, ou o que no meu dia pode lhe dar a capacidade de, pelo menos, grunhir. Quanto a isso, sinceramente, nenhuma grande novidade me ocorreu, contudo, confirmei mais uma vez um fato: Realmente, melhores são os espinhos que, apesar de sua natureza de cardos e abrolhos, foram regados por sinceridade e por coragem do que aqueles que nasceram da ignorância ou da má-fé.
O espinho que me invadiu hoje, ainda que tivesse a voz que não lhe dou, jamais poderia me acusar retroativamente de culpa. Então, mesmo que falasse, se falasse, somente lamentaria e poderia comprar algum terreno da minha memória me relembrando o bem que tive.
Como não sou cego e posso antecipar seus discursos, já antecipo a resposta que acalma, parcialmente, minha carne: Ora, não é sem otimismo barato que reconheço que a vida é feita de ciclos e que reconheço que aquilo que me é tirado é equivalente na minha biografia feita de futuros com aquilo que ainda não provei? Se é, e eu sei que é, eu mereço minhas dores presentes tanto quanto devo me esforçar para merecer as alegrias que ainda serão semeadas nas terras feitas de mim.
Viver não é nada desesperador quando a paciência da razão não escuta a voz das parvoíces internas. Viver bem é não escutar as próprias idiotices que querem cobrar de quem legisla o cosmos alguma justiça, quando até mesmo o enxergar dos fatos, e ainda o esperar, é algo suficientemente difícil. Nada tem a ver com não sentir as dores merecidas isto que chamam de boa vida.
Não se pede justiça na vida se não nos momentos em que a única voz que se tem é aquela que se coloca diante de um santo ou do Santo dos Santos — somente lá é seguro pedir justiça; em qualquer outro lugar, com qualquer outra voz, pedir justiça pode ser a atração do juízo jesuano quando Ele diz: “Cuidado, na mesma medida com que julgardes (leia-se: tagarelarem), vocês serão julgados”[6] — última lembrança que vale contornar este texto é: Deus é o único que fala instantaneamente ao processo da realidade de se fazer real, então, realmente, cuidado!
Que haja sempre o cuidado: Melhor pedir Graça do que merecimento, porque se fôssemos aqueles que merecem toda a justiça de Deus, sem seu amor, não teríamos tantas dores de coleção.
[1] “Por que já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do vosso coração (…) Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito” (2 Coríntios 3.3-5, 6a)
[2] Gênesis 3.18
[3] Gênesis 43
[4] 2 Coríntios 12.17
[5] O cérebro, mais que os olhos, na matéria do homem, é quem enxerga; o ato de ver, contudo, é sempre anterior e superior, é um ato sempre formal. A cegueira física, seja por causa cerebral ou ocular, é um estado de imperfeição onde o ver se limita e se funda no ver somente uma coisa: o escuro ou o embaçado resultante desta ou daquela enfermidade. E isto é tão verdade, que em palavras mais maleáveis, é possível dizer que enxerga-se não com olhos, mas com todos os sentidos, ou seja, mesmo um cego físico enxerga, por exemplo, em seu sentido comum.
[6] Mateus 7.1-5
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