
Na guerra o objeto do inimigo é tão aterrorizante que você não pode pensar claramente, enquanto seu objeto é continuar a pensar claramente não importa o quanto adversa ou assustadora seja a situação. A ideia sublinhada é que pensar claramente é mais propício para estar ciente da ‘realidade’ para avaliar propriamente o que é real. Mas estar ciente da realidade não é necessariamente prazeroso ou agradável.
Wilfred Ruprecht Bion[i]
Tradução de Estevan de Negreiros Ketzer[ii]
Quando duas personalidades se encontram, uma tempestade emocional é criada. Se eles fazem contato suficiente para estarem atentos de cada um ou mesmo o suficiente para serem desatentos de cada um, um estado emocional é produzido pela conjunção daqueles dois indivíduos e o distúrbio resultante é dificilmente plausível de ser considerado como necessariamente um aumento sobre os estados de engajamentos que eles nunca conheceram de um todo. Mas desde que eles o tenham encontrado e desde esta tempestade emocional ocorreu, as duas partes para esta tempestade podem decidir ‘fazer o melhor de uma má situação’.
Em análise, o paciente toma contato com o analista por vir ao consultório e engajar-se naquilo que ele pensa é a conversação em que ele espera benefício de algum jeito. Da mesma forma, o analista provavelmente espera que algum benefício ocorra – para ambas as partes. O paciente ou o analista diz alguma coisa. É curioso que isto tenha um efeito – isto perturba o relacionamento entre duas pessoas. Isto seria também verdade se nada fosse dito, se eles permanecessem em silêncio. Eu frequentemente permaneço em silêncio, esperando para ver, ou torno-me atento ou observo alguma coisa na qual eu podia então tentar interpretar – se posso geralmente deixo a iniciativa para o paciente. O resultado de permanecer silencioso, ou de intervir com a observação ou de mesmo dizer, “Bom dia”, ou “Boa noite”, configura o que a tempestade emocional é, mas o problema é como fazer o melhor disso, como tornar a circunstância adversa – como eu escolho chamar isso no momento – para uma boa causa. O paciente não é obrigado a fazer aquilo. Ele pode não estar à vontade ou disposto a tornar isso uma boa causa: sua ajuda pode ser completamente diferente. Lembro-me de uma experiência na qual um paciente estava ansioso por isso eu deveria estar em conformidade com seu estado mental. Ele estava ansioso para despertar emoções poderosas em mim para que eu sentisse raiva, frustração, desapontamento, de modo que eu não estaria disponível a pensar claramente. Portanto tive de escolher entre ‘parecer’ a ser uma pessoa benevolente ou ‘parecer’ calmo e pensar claramente. Mas acionar uma parte é incompatível com ser sincero. Em tal situação o analista está tentando trazer, para suportar, um estado mental e de fato uma inspiração desse tipo seria benéfico e melhoraria o estado mental do paciente. Esta interferência pode ser representada pelo paciente cuja réplica pode despertar poderosos sentimentos no analista e fazer disso dificuldade para o analista pensar claramente.
Na guerra o objeto do inimigo é tão aterrorizante que você não pode pensar claramente, enquanto seu objeto é continuar a pensar claramente não importa o quanto adversa ou assustadora seja a situação. A ideia sublinhada é que pensar claramente é mais propício para estar ciente da ‘realidade’ para avaliar propriamente o que é real. Mas estar ciente da realidade não é necessariamente prazeroso ou agradável. Isto é comum a todo o inquérito científico, seja de pessoas ou de coisas. Nós podemos estar em um universo de pensamento, uma cultura, ou mesmo uma cultura por menos tempo, de tal tipo que nós estamos certos a sofrer a dor de sentimento que nosso universo não está propício ao nosso bem estar. Ousar estar ciente do fato do universo no qual nós estamos existindo nos chama para a coragem. Este universo não pode ser prazeroso e nós podemos estar dispostos a sair dele; se nós podemos sair dele, se por alguma razão nossa musculatura não está trabalhando, ou se isso não é apropriado a fugir ou se retirar, então podemos ser reduzidos a outra formas de escape – como ir dormir, ou tornar-se inconsciente do universo no qual não desejamos estar conscientes, ou ser ignorantes, ou idealizar. ‘Escapar’ é uma cura fundamental; ela é básica. A criança, sem vontade de estar ciente do seu desamparo, idealiza ou ignora. (Eu uso ‘ignora’ como o processo necessário para alcançar ‘ignorância’.) Isso também reproduz a onipotência; então onipotência e desamparo estão inseparavelmente associados. A tendência é para objetivar onipotência na pessoa do pai ou mãe, ou deus ou deusa. Às vezes isso é feito facilmente por uma herança física tal como bem parece: Helena de Troia podia mobilizar grandes poderes através de sua beleza, como nós sabemos por Homero – ‘É esta a face lançou milhares de barcos e queimaram um sem fim de torres na Ilíada?’ A mesma coisa pode se aplicar para a mulher que pode ser afortunada o suficiente para estar em Páris ou Ganímedes[iii], cuja habilidade para alcançar onipotência era facilitada por seus atributos físicos, seu capital físico. O corpo pode ser trazido para reparar o desprazer da mente; reciprocamente, a mente pode ser trazida para reparar o desprazer do corpo. A suposição básica da psicanálise[iv] é que a ‘função’ da mente pode ser usada para corrigir as soluções falaciosas em que tenho brevemente esboçado. Mas às vezes um poder cosmético não é suficiente; a solução em que tal pessoa foi tentada não tem de fato sido robusta o suficiente ou durável o suficiente para encontrar a mais nova exigência da existência. Por exemplo, se a um soldado é dada autoridade[v] por virtude de sua aparência física, o fato dele promover guerra pode impor um fardo sobre a beleza cosmética que ele não consegue carregar.
Eu faria a distinção entre existência – a capacidade a existir – e a ambição ou aspiração para ter uma existência em que é esforço ter – a qualidade da existência, não a quantidade; não a duração de uma vida, mas a qualidade daquela vida. Não há escalas pelas quais pesados qualidades contra quantidade, mas existência é para ser contrastada com a essência da existência. O fato que o paciente, assim como o analista, ainda existir não é adequado; esta inadequação é inseparável da tração responsável pela existência de duas pessoas, analista e analisando, na mesma sala ao mesmo tempo.
Este artigo eu reivindico ser científico, mas penso que vocês estão próximos a concordar que ele merece ser assim categorizado, porque eu devo continuar com a série de sentenças pelas quais eu não tenho qualquer apoio factual. São estas: o Eu que o psicanalista observa – o analista tendo as mesmas características – tem, de acordo com os embriologistas, alguns objetos crescentes nos quais eles chamam de córtex e medula dos adrenais. Aqueles nomes são dados para aquelas estruturas tão breve quanto elas assumem um padrão que é observado em diferentes indivíduos em diferentes tempos e datas. Aqueles corpos no curso do tempo torna-se funcional e produz uma substância química na qual está preocupado com agressão, ou luta ou fuga. Eu prefiro ser menos preciso e excluir qualquer elemento de direção por dizer que os adrenais não provocam luta ou fuga, mas provocam ‘iniciativa’. Os termos que eu uso – luta, fuga, iniciativa – seriam apropriados se o objeto a ser observado tivesse uma psique. Para ir acima da dificuldade, o obstáculo ao progresso que é apresentado por minha falta de inteligência ou conhecimento, devo recorrer a conjecturas imaginativas em contraste com aquilo que eu chamaria de fatos. O primeiro e mais imediato destas conjecturas imaginativas é que os corpos adrenais não pensam, mas que a estrutura em volta se desenvolve fisicamente e em antecipação física de preencher uma função que sabemos como pensar e sentir. O embrião (ou seus globos oculares, globos auditivos, adrenais) não pensa, vê, ouve, luta, ou foge, mas o corpo físico desenvolve por antecipação a ter de fornecer o aparelho para preencher as funções de pensar, ver, ouvir, fugir, e assim por diante. Desde que não posso saber – e é mais improvável que eu tenha a inteligência necessária no curso de minha efêmera existência – tento transmitir ao corpo político estas apalpadelas em direção à inteligência no caso de as próprias antecipações levarem à comunicação contagiosa e infecciosa dessas conjecturas em que no devido curso torna-se realidade.
Tão longe estou somente discutindo o corpo físico como se ele antecipasse funções nas quais tardiamente vem para passar, mas na qual teria já um adequado equipamento corpóreo para servir o propósito de uma função particular que chamamos ‘psique’. Este é o que eu nomeio uma ‘antecipação física’, uma antecipação corporal torna possível a operação funcional tardia de uma mente. Eu estou pedindo emprestado da psicologia a fim de descrever uma matéria física; depois eu pego empréstimo de uma matéria física para descrever alguma coisa psicológica.
Eu agora remeto ao problema da comunicação com o Eu. (eu não gosto dos termos que implicam ‘o corpo’ e ‘a mente’, portanto eu uso ‘eu’ para incluir o que eu chamo corpo ou mente, e ‘um espaço mental’ para novas ideias em que podem ser desenvolvidas. A sentença filosófica desta abordagem é Monismo.) Quando estamos engajados sobre psicanálise na qual observação deve tocar em uma parte extremamente importante – como tem sempre sido reconhecida em um inquérito científico – devemos não estar restringindo nossa observação para também restringir uma esfera. O que então estamos observando? A melhor resposta que eu sei é provida pela formulação na introdução de Milton para o Terceiro Livro de Paraíso Perdido [Paradise Lost].
‘Tanto a melhor de ti luz celestial
Brilha por dentro e a mente através de todos os seus poderes
Irradia, lá plantar olhos, toda a névoa a motivar
Purgar e dispersar, que eu possa ver e contar
De coisas invisíveis a vista mortal.’[vi]
Quando o paciente dentro da sala de consulta o analista precisa ser sensitivo para a totalidade daquela pessoa; isso deve, por exemplo, ser possível ver um rubor sobre a face como uma manifestação física do sistema sanguíneo, tanto quanto estar disponível a ouvir as palavras em que aquela pessoa profere como uma parte da operação da musculatura das cordas vocais e do aparelho vocal, mas melhor a coisa total. Como Donne escreveu em Segundo Aniversário [Second Anniversary].
‘Seu sangue puro e eloquente
Falou em seus atrevimentos e tão distintamente moldado,
Aquele poder quase diz, seu corpo pensou.’[vii]
Ou colocando-o diferentemente, o analista precisa estar disponível para escutar não somente às palavras mas também à música, então aquele que pode escutar uma consideração em que não é facilmente traduzida dentro de marcas negras sobre o papel, em que tem um significado diferente quando isso é feito em tons de sarcasmo, ou em termos de afeição ou entendimento, ou por uma pessoa que tem a atual experiência de autoridade – embora as palavras possam ser a mesma em cada instância. Por exemplo, pode ser possível pensar em termos de um mundo ideal, uma Utopia, como Sir Thomas Morus fez, e escrevê-la em termos em que podem ainda ser entendidos por aqueles que se importam a ler o seu livro. Na sessão analítica há uma diferença quando palavras são faladas por um analisando que é um homem de autoridade, acostumado a empunhar autoridade. Quando ele fala sobre alguma constituição ideal, o que ele tem a dizer será diferente das mesmas palavras ditas por uma pessoa que não tal poder e sem tal autoridade.
O que eu estou dizendo pode parecer ser dolorosamente óbvio. Minha justificação para dizer isso é que o óbvio é muito frequentemente não observado, nomeadamente, este em que está a diferença. Então penso que esse é o esforço enquanto mencionando estes fatos óbvios – por outro lado eles não se tornarão o objeto de escrutínio sobre o qual qualquer tipo de progresso científico dependa. Quando digo ‘científico’ neste contexto, eu quero dizer o progresso de realização como contraste com o processo no outro ‘polo’ do mesmo conceito, idealização[viii], o sentimento que o mundo, a coisa, a pessoa, não é adequado a menos que nós alteremos nossa percepção daquela pessoa ou coisa por idealizá-la. Realização é fazer a mesma coisa quando sentimos que a imagem ideal que apresentamos por nossa afirmação está inadequada. Então devemos considerar o que é o método de comunicação Eu com Eu.
Uma grande ação de trabalho foi feita estudando o sistema nervoso central, o parassimpático e o aparelho nervoso periférico. Mas não temos considerado a parte que é disputada, se qualquer, na comunicação do pensamento, ou a antecipação do pensamento pelo sistema glandular. Quando a tuberculose do pulmão pode ser comunicada, dizem, com os linfáticos dos membros inferiores, então talvez os pensamentos em que estamos acostumados a associar com as esferas cerebrais poderiam da mesma forma ser comunicados ao simpático ou para-simpático, e vice-versa. Tal uma conjectura poderia contar para o peculiar estado de relações quando o paciente diz que ele está terrificado ou está muito ansioso, e não tem a menor ideia do que acontece. Estamos acostumados com o uso de associações livres para propostas de interpretações; eu me admiro se é também possível usar ou tapar estas comunicações antes deles encontrarem as esferas cerebrais, antes de eles alcançarem a área em que consideramos como consciência ou pensamento racional. Pode qualquer parte ser tocada em tudo isso pelo que eu chamei ‘conjecturas imaginativas’? Eu adicionaria também ‘conjecturas racionais’; isto quer dizer conjecturas em que parecem estar ligadas com atividades racionais ou a atividade em que há uma razão. Compare este tipo de pensamento com aquele em que comunica ele mesmo em lançar e virar da cama quando estamos dormindo e temos o que descrevemos como uma ‘noite sem descanso’, ou com o paciente que fala sobre ter catarro ou renite. Anatomistas chamam uma parte do cérebro o ‘rinencéfalo’ – como se eles pensam haver tal coisa como um nariz-cérebro. Eu entendo dos embriologistas e fisiologistas que o sentido de cheirar é um receptor distante no fluido aquoso – tubarões e cavalinhas fornecem um modelo desse receptor de longa distância. Mas o ser humano tem de carregar algum fluído intracelular no mundo após nascer aonde o fluído não é aquoso, mas gasoso. O fluido aquoso, ao invés de ser um ativo, pode tornar-se uma deficiência; o indivíduo pode reclamar de renite e dificuldade em respirar. Ou o paciente pode reclamar de uma inabilidade de parar o fluxo de lágrimas – uma outra excreção do fluído em que tem seus usos. Isso pode irrigar o globo ocular e lavar poeira e sujeita, mas uma excesso cega o paciente com lágrimas.
No risco de ser monótonos por um lado e por outro de aparecer para estar mudando o sujeito, eu propõe agora repetir a essência do que eu estive dizendo. Suponha considerarmos estar dormindo como estar em um particular estado de mente no qual vemos sinais, visitamos lugares, e executamos atividades em que geralmente não são executadas por nós quando estamos despertos – embora lá podem estar atividades em que executamos quando estamos acordados em que são remanescentes de sonhos; pessoas dizem que elas vão a um lugar ao qual elas tem sempre ‘sonhado’ em irem, falando metaforicamente. Elas mudam de um estado de mente no qual nós estamos quando dormimos (estado-D) para aquilo no qual estamos quando acordamos (estado-A) é remanescente da mudança do fluído aquoso para o fluído gasoso, pré-natal para o pós-natal. Temos um dano em favor do estado-A: pessoas, sem hesitação, conversam sobre ter tido um sonho, frequentemente significando portanto que isso realmente não aconteceu. Contudo, eu diria que aquilo é um prejuízo de uma pessoa que está em favor da musculatura voluntária, que não liga importância para aonde ele possa ir, a menos que ele possa fazer isso pelo uso de seus músculos voluntários. Não ouvimos muito sobre os lugares que visitamos, os sinais que vemos, as histórias que ouvimos e a informação a qual está disponível quando estamos dormindo – a não ser que traduzamos isso em estar despertos.
Quem ou o que decide a prioridade do estado-A sobre o estado-D? Minha questão pode aparecer ser em parte ridícula. Entretanto, eu devo exagerá-la por mudar sua forma e dizer: que ou o que decide o estado da mente de um homem que diz, como relatado por Hanna Segal, que ninguém reconheceria que aquela pessoa tocando violino está realmente se masturbando em público? Este é um ponto de vista; está claro o suficiente; não há muita dúvida sobre sua expressão. Por que tomamos isso como garantia que uma pessoa está realmente tocando o solo do concerto de Brahms para violino e que esta visão é a única correta, superior à visão da pessoa que sabe que o solista está de fato se masturbando em público? Do vértice, pode o paciente psicótico reclamar que quando oposto pela visão do ‘lúcido’? Seria possível um psicótico dizer, “Pobre amigo – ele pensa que isso é o concerto de Brahms para violino – um tipicamente ponto de vista lúcido. Completamente errado no percurso, mas ele é infelizmente lúcido”? Este ponto é mais obscuro quando eu digo que o estado-A e a história nos disse por uma pessoa que está acordada e a história que fizemos quando dormíamos, é uma decepção quando acordamos plenamente. Qual o psicanalista pensa que o motivo da história contada por uma pessoa que está desperta merece interpretação na ordem de revelar um significado outro do que o perfeitamente simples, conta direta dos eventos se eles são considerados serem descrições de eventos factuais? Além disso, o que está errado com o evento de fato quando a pessoa está dormindo? Desse modo é esta a visão incorreta? Deste modo devemos atirar nossos votos na escala? Para o estado-A, quando subjetivamos a experiência que temos quando dormimos para o trabalho-de-despertar? Ou para traduzir, de acordo com a teoria psicanalítica, os eventos do dia ou os eventos do pensar cônscio, em alguma outra forma de pensar na qual é feito pelo processo do trabalho-de-despertar traduzir os eventos, os lugares que estivemos, as visões que nós tivemos quando dormimos, na linguagem de uma pessoa que está desperta? Qual trabalho seria necessário traduzir o estado de mente da pessoa que vê que o violinista está se masturbando em público nos termos usados pelas pessoas que pensam que isto é um concerto para violino do Brahms? Este trabalho é razoavelmente chamado de atividade ‘curativa’? Certamente qualquer trabalho em que estava feito para traduzir o estado de mente da pessoa que pensa que é um concerto para violino de Brahms em um estado de mente da pessoa que pensa que o indivíduo referido está se masturbando em público não seria considerado uma cura; no geral a maioria o voto da maioria parece estar a favor que tal pessoa se deteriorou, sofreu um infortúnio como um resultado de sua experiência analítica.
Se o estado-D é considerado como ser digno de respeito igualmente com o estado-A – o arbítrio sendo imparcial – então aonde um esteve, o que um disse e experenciou, deve ser considerado como tendo um valor em que é igualmente válido. Este está implícito quando Freud, como muitos predecessores, considera sonhos como dignos de respeito. Então podemos dizer que o trabalho-de-acordar deveria ser considerado como igualmente digno de respeito como é o trabalho-do-sonho. Mas por que é o estado de mente de estar desperto, cônscio, lógico, considerado como tendo ‘nossa inteligência sobre nós’, mas somente se isto é metade de nossa inteligência? Como assustador quando você encontra um verme na sua maçã! Não tão terrível como encontrar metade do verme na sua maçã. Então encontramos que somente ter metade de nossa inteligência sobre nós é uma descoberta que é mais perturbadora. Isto é uma razão porque há uma divisão de opinião como se possuir toda a nossa inteligência sobre nós ou pegar de volta para ter somente uma metade – o despertar, cônscio, racional, lógico. Somente aquele tipo de matemática que é geralmente que é p geralmente aceira pela maioria, a cultura prevalente, o social, civil, moda dominante, é considerada como válida.
Suponha que respeitemos igualmente ambos estados da mente ou muitos estados da mente tanto faz que eles sejam: então qual estado da mente devemos escolher para interpretação? Ação verbal? Aquela é sempre um problema. Em nossa cultura presente isso não é pensado correto para fazer uma resposta rapsódica, um abandono imediato da tela entre impulso e ação, traduzindo o impulso direto dentro da ação sem qualquer intervenção em atraso. Isso é considerado ser igualmente incorreto prolongar o pensamento ao ponto em que a ação está atrasada que não acontece num todo ou pensar torna-se um substituto para a ação. Quando virtualmente a ação instantânea é chamada, é provável precipitar uma resposta que é rapsódica, impulso direto para ação sem qualquer intervenção do pensamento. Freud descreveu Dois Princípio do Funcionamento Mental: eu sugiro Três Princípios do Funcionamento Mental. Primeiro, sentimento; segundo, pensamento antecipatório; terceiro, sentimento mais pensamento mais Pensamento. O último é sinônimo com prudência ou previdência > ação.
Um homem tem muita atividade muscular: quando desperta, ele diz que ele tivera uma noite sem descanso. Aonde ele foi? O que ele viu? Quem ele era? O que ele fez? Deveria o estado-A prevalecer e ser concedida superioridade? Deveria ele respeitar o estado da mente em que estava associado com muita atividade física? O que é certo é que aquela atividade física em que o paciente experenciou é inconfundível se ele ou seu analista identificam isso; ele frequentemente admite, com relutância, que ele está cansado.
Talvez o problema possa ser abordado mais facilmente pela projeção. Deixe-nos considerar isso não em cada um de nós individualmente, mas por considera-lo como um problema do corpo político. Podemos localizar na comunidade de origem, a fonte, o centro da tempestade emocional? Em minha experiência isso é sempre causado, ou associado com, ou centrado sobre um pensamento ou sentimento pessoal que pode fazer seu Eu infeccioso ou contagioso. Tomar um grosso exemplo, Shakespeare; está dito que a língua inglesa nunca foi a mesma desde então. Perguntei por que nós vamos ouvir artigos científicos. Se você quer ser lembrado por pessoas e o modo que elas se comportam, você escolhe uma peça de Shakespeare ou você vem com um alegado artigo ‘científico’ para mim? Não embaraçarei você ou eu mesmo por pressionar com tal questão, especialmente como eu não tenho de pronunciar uma solução para este problema. Isso é, contudo, ter uma longa história estendendo períodos antes de Shakespeare, ou realmente antes de existir o inglês moderno. Isso mostra ter agitado os arianos, embora eles estivessem preocupados principalmente com os problemas da existência material e da conquista. Eu não penso que é simplista demais dizer que mesmo do mais recente período da história humana em que temos qualquer recordação – o Rig Veda – lá parece ter sido necessário desenvolver o que nós chamamos agora uma ‘filosofia do pensamento’. Mas uma discussão filosófica sobre a sabedoria antiga do Rig Veda e o outro Vedanta (antiga escritura hindu) tornou-se contaminado com hostilidade, como fez a filosofia dos gregos no tempo de Platão e Sócrates.
Sócrates: ‘Minha arte de parteira em geral como deles; a única diferença é que meus pacientes são homens, não mulheres, e minha preocupação não é com o corpo mas com a alma que está em trabalho de parto. E o mais alto ponto de minha arte é o poder para provar por cada teste se a descendência de um pensamento do homem jovem é um falso fantasma ou instinto com vida e verdade. Eu estou tão longe como a parteira que não sou hábil em dar luz à sabedoria, e a crítica comum é verdade, que embora eu questione os outros, eu mesmo nada tenho para trazer luz porque não sabedoria em mim.’ [Platão, Diálogos – Teeteto.] [ix]
Isso trouxe tão temeroso e diferente pelas autoridades que o Imperador Justiniano fechou as escolas filosóficas. Mas ele estava atrasado: um germe de pensamento filosófico escapou para Edessa na Babilônia e era ainda suprimida. Mas então, devido ao espalhar da cristandade pela virtude do emprego da linguagem grega, a linguagem dos filósofos começou a ser estudada ainda como um ramo do estudo da cristandade. Cortar uma longa história curta, isso era ainda fechado em Bizâncio até a queda de Império Bizantino e de Constantinopla. Estas perdas de sabedoria foram então soltas e rompidas para criarem a virulenta turbulência emocional que conhecemos como Renascença. Sabedoria parece ter esta capacidade de sobreviver por mudar sua rota e então reaparecer em inesperados lugares.
‘Retorne Alpheus, a voz temida é passado,
Isso encolheu os teus riachos; Retorno musa siciliana. . .’
[Milton, Lycidas][x]
Galeno estabeleceu os direitos de observação e tornou-se autorizado, respeitável – bem como Freud é hoje – e uma autoridade com a qual suprime o inquérito. Anatomia não era então estudada por olhar o corpo humano, mas Leonardo Rafael e Rubens estudaram o corpo, e como um resultado desta emergência entre os artistas, também os anatomistas começaram a observar o cadáver, fisiologistas estudaram a mente.
Os psicanalistas estudarão a mente viva? Ou é a autoridade de Freud é usada como um impedimento, uma barreira para estudar pessoas? O revolucionário torna-se respeitável – uma barreira contra a revolução. A invasão do animal por um germe ou ‘antecipação’ de um significado do pensamento acurado, é reenviado pelos sentimentos já em possessão. Esta guerra ainda não cessou.
Tradução do origina em inglês: “Making the best of a bad job”, capítulo encontrado no livro: BION, W. R. (1978) Clinical Seminars and Other Works. London: Karnac Books, 1987.
[i] Psicanalista membro da British Psychoanalytical Society filiada a International Psychoanalytical Association.
[ii] Psicólogo clínico. Doutor em Letras (PUCRS). Email: [email protected].
[iii] Heróis gregos presentes na Ilíada de Omero (N. do T.)
[iv] No original em inglês psycho-analysis (N. do T.)
[v] No original em inglês authority-though (N. do T.)
[vi] No original em inglês: ‘So much the rather thou Celestial light / Shine inward, and the mind through all her powers / Irradiate, there plant eyes, all mist from thence / Purge and disperse, that I may see and tell / Of things invisible to mortal sight.’ (N. do T.)
[vii] No original inglês: ‘Her pure and eloquent blood / Spoke in her cheeks, and so distinctly wrought, / That one might almost say, her body thought.’ (N. do T.)
[viii] No original em inglês ideal-ization (N. do T.)
[ix] No original em inglês: Socrates: ‘My art of midwifery is in general like theirs; the only difference is that my patients are men, not women, and my concern is not with the body but with the soul that is in travail of birth. And the highest point of my art is the power to prove by every test whether the offspring of a young man’s thought is a false phantom or instinct with life and truth. I am so far like the midwife that I cannot myself give birth to wisdom, and the common reproach is true, that, though I question others, I can myself bring nothing to light because there is no wisdom in me.’ [Plato, Dialogues – Theatetus.] (N. do T.)
[x] No original em inglês: ‘Return Alpheus, the dread voice is past, That shrunk thy streams; Return Sicilian Muse…’ [Milton, Lyctdas] (N. do T.)