No século XVIII, a França deu origem a uma das teorias econômicas mais importantes e funcionais da história, a fisiocracia. Segundo essa teoria, o único setor da economia capaz de gerar uma cadeia (cadeia de produção) não era o comércio, mas a agricultura, enquanto fonte de alimento e trabalho. A teoria fisiocrática desenvolveu o primeiro modelo macroeconômico baseado em dados empíricos, o que a torna uma precursora de qualquer metodologia econômica moderna. Hoje em dia, limitar a economia ao valor produzido pela terra seria anacrônico, mas tirar desta experiência do passado algumas boas reflexões para contrastar com a atual dependência econômica de países estrangeiros já é algo de grande valor.
Categoria: Revista
O Projeto Epistêmico e Político da Metafísica de Kant – Eliseu Cidade
O presente artigo se propõe a analisar - a partir de diversos escritos kantianos -, sua crítica da metafísica bem como o seu sistema de dogmática filosófica a partir da análise da epistemologia através do que ele denomina lógica transcendental. O conceito de Aufklärung, ou, o Esclarecimento, é a condição essencial para a adquirir o uso da razão individual, saindo assim da menoridade. Além da investigação da faculdade de conhecer, Kant discute o papel do juízo e da crítica no sentido político bem como do uso público e privado da razão.
A dança do Cosmos
No breve ensaio, são apresentadas diferentes visões da cosmologia tanto a partir da visão indiana, tradição budista-tibetana bem como da mitologia grega relacionada à cosmogênese. O simbolismo apresentado explora o processo de nascimento e regeneração do cosmos bem como o surgimento dos elementos presentes na natureza. Autora: Naida Muslic; Tradução: Eliseu Cidade
Uma análise de Levin e Kitty no romance Anna Karênina
Autora: Naida Muslic; Tradução: Eliseu Cidade
As Origens Esotéricas do Pensamento de Descartes – Tiago Barreira
O que distingue o pensamento moderno e tradicional? A noção cartesiana de mathesis universalis e o seu sistema de ciências unificadas segundo uma álgebra matemática universal parece ser um importante divisor de águas que separa o conhecimento moderno e tradicional. O mais surpreendente, contudo, é que esta centralidade universal da matemática dada pelos modernos possui raízes tradicionais e esotéricas, sob influência de ensinamentos herméticos rosa-cruceanos e da filosofia simbólica universal de Raimundo Lúlio.
A Quarta Teoria Política de Alexandr Dugin e o Conflito Rússia-Ocidente – Eliseu Cidade
A Quarta Teoria Política de Alexandr Dugin — cuja influência se faz perceptível na cosmovisão de Vladimir Putin — prega o retorno da Rússia às suas raízes ontológicas e espirituais, através de um passado mítico de coesão nacional. Um retorno capaz de preservar sua soberania e desafiar a ordem unipolar pós-liberal.
Como Ser um Grande Artista segundo Étienne Gilson
O que faz uma obra artística ser grandiosa e bela? Em Introdução as Artes do Belo, o filósofo francês Étienne Gilson nos convida a uma reflexão sobre a natureza da arte e o que define o trabalho artístico. Ao expor sua teoria sobre a filosofia da arte, Gilson retira a reflexão sobre a arte do alto de nuvens e a põe em nova perspectiva. A arte, colocada nesta nova abordagem, torna-se um produto que brota não de uma essência pré-concebida na natureza ou na mente do artista, mas um produto contínuo e espontâneo do processo do fazer por fazer do artista.
A Violência como Mito Fundador segundo René Girard – Tiago Barreira
As investigações de Girard sobre o desejo mimético não se limitam somente ao campo da crítica literária e psicologia, se estendendo também à compreensão de fenômenos sociais. A teoria do bode expiatório estabelece a violência social gerada pelo desejo mimético exerce um papel fundamental na construção do espaço do sagrado em culturas. Crises e tensões sociais exigem o sacrifício trágico de uma vítima inocente para unificar uma comunidade em conflito. Sobre esta violência sacrificial estão estruturados os mitos fundadores de povos e culturas, estando presente de forma universal no imaginário cultural humano.
Por que nos apaixonamos? O desejo amoroso na obra de Stendhal – Tiago Barreira
Em O Vermelho e o Negro de Stendhal, o crítico literário René Girard analisa e traz à tona aquilo que é considerado como o “mal ontológico” da modernidade: a busca constante e frustrante de ser um Outro idealizado e divinizado.
O que é ser feliz? A noção de Virtude em Sócrates – Tiago Barreira
O que é ser feliz? Na sociedade moderna, a felicidade é vista como algo estritamente ligado à riqueza e posse de bens materiais. Segundo o filósofo Giovanni Reale, esta noção se tornou uma substituta da felicidade entendida pelos pensadores clássicos e pré-modernos, a felicidade espiritual fundamentada na Virtude (Aretê).