O pensamento indiano aos olhos ocidentais remete ao exótico e distante. No entanto, suas afinidades com o pensamento filosófico ocidental são vastas ao longo da história. Os textos sagrados milenares védicos e a língua sânscrita guardam muitas similaridades lingüísticas e míticas com culturas europeias, como a grega e romana.

Nos séculos 17 e 18 d.C, os estudiosos europeus que primeiro estudaram sânscrito ficaram impressionados com a semelhança em sua sintaxe e vocabulário com o grego e o latim, o que resultou na teoria de que havia uma ancestralidade comum para essas e outras línguas relacionadas, que veio a ser chamada de grupo de línguas indo-europeias. Isso, por sua vez, resultou na noção de que os povos de língua indo-europeia tinham uma pátria comum da qual migraram para várias partes da Ásia e da Europa.

A religião hindu possui como fundamento a tradição oral de hinos e cânticos, o Rig-Veda, e de narrativas legendárias de mitos (Puranas), como o Ramayana e o Mahabarata. A tradição de textos comentários indianos (Puranas), encontrados em obras como Upanishads, forneceram a base posterior da filosofía ética, epistemológica e ontológica indiana. Esta tradição milenar de textos filosóficos une a Índia com uma vasta corrente de pensamento antiga e moderna no Ocidente que vai desde Pitágoras, Platão, Plotino, Kant a Schopenhauer.

O que é a filosofia indiana? Quais as afinidades entre a filosofia indiana e ocidental? Descubra em palestra do Instituto Ágora Perene, realizada por Tiago Barreira no dia 17/Agosto. Tiago Barreira é doutorando em filosofia pela Universidade Santiago de Compostela (USC) e pós-graduado em filosofia moderna e contemporânea pela Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro.