A Geração Nós da Galícia – Tiago Barreira

No início do século XX, ao término da Primeira Guerra Mundial, diversos movimentos nacionalistas se levantariam no mundo para reivindicar a soberania de populações minoritárias. Este foi o caso do nacionalismo galego no noroeste da Espanha. O movimento galeguista emergiu a partir de uma intensa atividade literária, filosófica e estética de intelectuais, a denominada Geração Nós. Três ideias-chave definiriam este movimento: i) diálogo com o universalismo europeísta; ii) aproximação com o pensamento lusitano e dos países de língua portuguesa; iii) valorização de um espiritualismo de base esotérica.

Hesíodo e a ética do trabalho na Grécia Antiga – Tiago Barreira

Em "A Paideia, a formação do homem grego", Werner Jaeger enfatiza o papel da areté na cultura grega, centrada na transcendência ética humana. Enquanto a poética de Homero exalta os ideais éticos guerreiros, Hesíodo valoriza a vida cotidiana do homem do campo em "Os Trabalhos e os Dias" (Erga). A ética do trabalho é destacada nos Erga, revelando sua presença na sociedade grega muito antes do calvinismo, como preconizado por Weber. Os Erga mostra o trabalho como uma bênção e fundamento da virtude e justiça.

A Paideia e o legado da cultura grega – Tiago Barreira

Werner Jaeger, em "A Paideia: a formação do homem grego", destaca a singularidade da cultura grega em relação às demais de seu tempo, em função da sua educação pedagógica. Essa pedagogia enfatiza a autossuperação humana e valores éticos universais, nunca sendo um conjunto rígido de tradições e ritos, mas adaptável às mudanças sociais e ressignificando-se ao longo do tempo. Este modelo pedagógico transcendeu a antiga pólis grega, influenciando os dias atuais. A Paideia persiste como uma fonte cultural revitalizadora, transmitindo ideais éticos, estéticos e políticos centrados na ideia de alma humana infinita, moldando e enriquecendo culturas ao longo da história.

Brasil: um nome de origens célticas? – Tiago Barreira

Os povos celtas, a partir da Europa Central, espalharam sua cultura e línguas pela Europa Ocidental pré-romana, incluindo França, Grã-Bretanha, Irlanda e Península Ibérica. Estudos linguísticos sugerem que a língua celta tenha persistido na Península Ibérica até o século XI. A ilha mítica Hy-Brasil, ou a "Ilha da Felicidade", presente em narrativas legendárias célticas, pode ter influenciado o nome do Brasil. Apesar de controvérsias quanto ao tema, a questão da presença celta na formação cultural e linguística de Portugal, Espanha e Brasil é ainda pouco estudada e deveria ser objeto de maiores investigações acadêmicas.

O Caminho Francês, Graal e Maragatos: a Região de Castela e Leão – Tiago Barreira

A rede de estradas de peregrinação interconectadas a Santiago de Compostela, os Caminhos de Santiago, teve um papel histórico destacado na formação cultural, econômica e social da Espanha e Península Ibérica. Dentre as diversas rotas de peregrinação, a mais conhecida é o Caminho Francês. A região compreendida pelo Caminho é berço da língua castelhana e núcleo de um dos reinos cristãos mais poderosos da Reconquista Ibérica: a Coroa de Castela e Leão.